Funcionários do matadouro de Itabuna temem demissão por conta da interdição

Reunião com governo debateu preocupação
Ascom

Os funcionários do matadouro de Itabuna, interditado na sexta-feira (8) pela Justiça, estão preocupados com a continuidade dos seus contratos de trabalho com a empresa que detém a concessão pública há mais de 10 anos e também com o abate do gado. Na manhã desta segunda-feira, em reunião com a administração municipal, os trabalhadores solicitaram que a Prefeitura assuma de imediato a gestão do matadouro, como forma de garantir os empregos do pessoal e evitar maiores problemas com a falta de abate local.

Segundo o delegado do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Abate Animal e Afins - Sindicarne, José Carlos Oliveira Silva, os profissionais estão preocupados com a situação a partir da interdição. “Não sabemos como vai ficar a nossa situação financeira, nem quando a gente retorna ao trabalho” disse. O diretor-executivo do Sindicarne na Bahia, Rosenildo Almeida, acompanhou a reunião e disse que conhece a difícil situação do matadouro nos últimos anos. “Sabemos que falta muita coisa para que se adéqüe, mas ainda assim é uma fonte geradora de empregos e os trabalhadores sobrevivem apenas do salário que recebem lá”, afirmou.

A Procuradoria Geral do Município está analisando o contrato com a empresa Frigocentro, para definir os próximos passos da administração em relação à existência e funcionamento do matadouro. A Prefeitura quer acabar com as irregularidades e adequar o matadouro às exigências sanitárias do Ministério da Agricultura e evitar que haja prejuízos para a população.

Participante da reunião, o presidente da Câmara de Vereadores, Aldenes Meira, sugeriu que a Prefeitura marque um encontro com o juiz titular da 1ª Vara da Fazenda Pública, Eros Cavalcanti, Ministério Público, Câmara de Vereadores e representantes do Sindicarne, para discutir a situação dos trabalhadores e tentar buscar as melhores alternativas para aqueles que dependem do matadouro como único meio de sobrevivência.

O vereador César Brandão, líder do governo na Câmara, destacou o envolvimento das secretarias municipais na luta por boas condições de funcionamento do matadouro e manutenção de postos de trabalho. O secretário de Agricultura, Lanns Almeida Filho, disse que os problemas do abatedouro existem desde o ano 2000 e nunca foram solucionados. Segundo Lanns, os problemas não começaram agora, mas a orientação do prefeito Claudevane Leite é que a equipe encare a questão como prioridade, para resolver a situação e dotar Itabuna de um matadouro à altura.

Também participaram da reunião, o chefe de gabinete do prefeito, Silas Alves, e a vereadora Valéria Morais.